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Dependência

  • louisealencar
  • 10 de fev. de 2021
  • 3 min de leitura

Engraçado, apesar de tudo o que já vivi com Deus, apesar de todas as minhas renúncias e entregas, sempre parece que não me entreguei totalmente. É como se tivesse dentro de mim, no meu subconsciente, um instinto de autopreservação. Imagine só, autopreservação com Deus. Parece ridículo até mesmo de pensar a respeito, afinal, Jesus já fez tanto por nós e é absolutamente incrível a mínima possibilidade de que o Cristo crucificado possa querer o mal das suas amadas ovelhinhas.

Paulo estava certo, quando escreveu em 1 Coríntios 13, que o que vemos e conhecemos nessa terra é como uma imagem borrada no espelho. De fato, não vemos Deus em todo o seu esplendor, beleza, bondade e glória porque a nossa própria mente caída nos cega. A mesma, tão acostumada com as traições e sujeiras humanas, quer analisar e até mesmo criticar (imagine a audácia) o Santo dos Santos, Aquele que era, é e há de vir! Desconfiada, ela busca negociações com o Espírito Santo: faça isso que eu lhe darei isso... me prove, me dê garantias das suas promessas e alianças para que eu te obedeça, para que eu confie em Você...


Como se a própria essência do Eu Sou, confirmada por atos e palavras ao longo da História do universo, não fosse a garantia mais importante de que qualquer contrato precisasse.


A mente de um mundo caído realmente não pode conhecer à Ele, já que dentro dela existem tantas repugnâncias, as quais funcionam como um óculos condicionador da visão da realidade. Dessa forma, parte de mim não se entrega totalmente, sempre guarda um pedaço como garantia de sobrevivência. E para que, me pergunto? Para buscar manter o controle. É realmente muito curioso como, diante de todas as circunstâncias, detalhes e ciência desconhecidos e poder humano inconstante e inalcançável, eu ainda tento manter o controle. É mentir para mim mesma continuamente.


Ah, mas dói tanto...

desesperadamente, apesar da impossibilidade do controle, nos agarramos ao mísero ponto que nos faça nos sentir no controle. E isso nos suga tanta vida! Direcionamos nossas preocupações, esforços e investimentos ao pobre ponto que, supostamente, garante o equilíbrio do universo.


E quem, pergunto eu, poderá me tirar da cegueira do controle? Quem poderá me livrar da sujeira dos meus neurônios? Eu mesmo não consigo, pois eu sou a causadora desse caos. Alguma pessoa então? Talvez um médico, um professor, um político ou um especialista? Bom, mas eles mesmos estão afundados nas suas próprias deficiências, imersos nos seus próprios caos.

Subitamente, alguém sussurra docemente no meu ouvido. Pera, não só no ouvido, mas na minha alma. Quem poderia chegar a tão profundas partes do meu ser?

E a voz diz:

“(Jesus respondeu: )— Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim.”

(‭‭João‬ ‭14:6‬ ‭NTLH‬‬)

É Jesus quem limpa as sujeiras da nossa alma, quem passa o pano na imundícia do nosso ser. Ele é o único capaz de tornar o impuro em puro, e, assim, possibilitar com que vejamos a Deus.


Que Ele seja mais precioso que o nosso desejo pelo controle e que possamos confiar na sua Soberania nas nossas vidas. Porque mais importante que ter o controle é viver a vontade Dele sem medo, visto que o perfeito amor lança fora todo o medo. (1 João 4.18).

A minha oração é a mesma de Paulo, que possamos compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, altura, comprimento e profundidade (Efésios 3.18). E que possamos acreditar na promessa escrita em Isaías: quando esse mundo passar, o nosso suposto controle também vai, mas, finalmente estaremos completamente livres das amarras mundanas e veremos a Deus como Ele realmente é, vivenciaremos o seu esplendor sem barreiras.

“Você nunca mais vai precisar da luz do sol para clarear os dias, nem da luz da lua para clarear a noite, pois o Senhor, o seu Deus, será eternamente a sua luz. Ele será a sua glória.”

‭‭(Isaías‬ ‭60:19‬ ‭NBV-P)

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