"Depois dessas coisas, Deus pôs Abraão à prova e lhe disse:
— Abraão!
Este lhe respondeu:
— Eis-me aqui!
Deus continuou:
— Pegue o seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá à terra de Moriá. Ali, ofereça-o em holocausto, sobre um dos montes, que eu lhe mostrar."
Nessa passagem, encontramos uma situação muito interessante e, definitivamente, intrigante. No devocional da semana passada vimos Deus prometer o impossível para Abraão: um filho nascido de sua mulher estéril e de idade avançada. Contrariando todas as expectativas e a própria ciência, Deus concedeu Isaque, nascido de Sara e de Abraão (Gênesis 21.1-7). Contudo, no capítulo seguinte nos deparamos com um pedido difícil do Senhor: o sacrifício desse mesmo filho.
Como assim? Abraão deve ter ficado, no mínimo, confuso. Não só Isaque era o filho da promessa, como também a promessa completa se estendia à descendência que sairia do menino. Nesse momento, o patriarca foi confrontado com a sua confiança e fé em Deus. Será que Ele realmente é bom? Será que Ele não mentiu para mim? Será que fui feito de bobo por todos esses anos?
Apesar dessa circunstância extrema, Abraão decide confiar em Deus e passa por 3 dias de muita provação, visto que esse era o tempo de viagem para ir até a terra de Moriá. Imagino como devem ter sido esses dias indo acordar e dormir sem que Deus falasse nada novo. Ele estava abdicando do seu sonho, do seu filho amado e Deus faz questão de lembrá-lo disso ("seu único filho, Isaque, a quem você ama"), e nenhuma faceta desse quadro parecia indicar o contrário.
Então o que fez Abraão responder com tanta confiança para Isaque no versículo 8? "Abraão respondeu: — Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho." (Gênesis 22:08)
O relacionamento que o mesmo tinha com Deus. Ele sabia quem era o Senhor e não era a primeira vez que Ele apresentaria uma situação sem saída para Abraão. Deus já tinha se revelado como Deus justo, misericordioso, poderoso e verdadeiro. Por que seria diferente agora? Assim, o patriarca se lembra de tudo isso e decide crer nesse Deus, mesmo que em meio a incerteza e medo.
Muitas vezes, enfrentamos desertos desse tipo na nossa vida e nos perguntamos o seu motivo. Duvidamos de quem Deus é só por não conseguirmos enxergar o dia seguinte. Quando esses desertos vierem com toda a sua força e secura que possamos escolher continuar seguindo e crendo no Deus que faz o vento parar e a chuva cair. Quanto maior é a provação, maior é a nossa dependência Nele. Depender Dele não é ter medo nem sacrificar todo dia o seu Isaque, mas descansar na certeza da sua bondade e provisão.
Graças a Deus pelas provas, uma vez que, no momento podem parecer dolorosas, mas depois as nossas barreiras de incredulidade são quebradas e podemos ver cada vez mais a mão do Senhor agir amorosa e poderosamente.
"Então lhe disse:
— Não estenda a mão sobre o menino e não faça nada a ele, pois agora sei que você teme a Deus, porque não me negou o seu filho, o seu único filho.
Abraão ergueu os olhos e viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos. Abraão pegou o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho."
Deus nunca se atrasa nem se esquece, o seu tempo de agir é perfeito e sábio. A prova é um processo para nos trabalhar e nos tornar mais confiantes no Deus a quem servimos. Ele é a nossa firme Rocha, nossa base sólida em meio ao caos. Quanto mais confiamos e descansamos Nele, mais experimentaremos da sua provisão perfeita nas nossas vidas.
"E Abraão deu àquele lugar o nome de “O Senhor Proverá”. Daí dizer-se até o dia de hoje: “No monte do Senhor se proverá.”
Que você possa continuar caminhando e escolhendo confiar no seu Pai amoroso apesar das circunstâncias. Ele nunca nos deixa só nem nos engana. Continue crendo nessa realidade. Boa quarta-feira pare você!
Continuarei crendo na Providência Divina !